quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pesquisa e prática da documentação

SEVERINO, Antônio Joaquim.Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007.

Capítulo IV - A pesquisa na dinâmica da vida universitária
O texto abaixo encontra-se nas páginas 144-146 da obra citada acima.

4.2.2. A atividade de pesquisa e a prática da documentação


Terminado o levantamento das fontes, é chegado o momento de se iniciar o trabalho da pesquisa propriamente dita, o momento de leitura e da coleta de dados.


EXPLORAÇÃO DAS FONTES BIBLIOGRÁFICAS
Antes de começar a explorar suas fontes documentais, o pesquisador deve ter presente a estrutura geral de seu trabalho, anunciada no Projeto. Serão essas ideias que nortearão a leitura e a pesquisa que se iniciam. A  visualização dessas etapas, base para a futura estruturação do trabalho final, é um valioso roteiro para o desenvolvimento da atividade investigativa. Obviamente, este plano é sempre provisório, podendo ser alterado em decorrência do próprio desenvolvimento da pesquisa.
De posse de um roteiro de ideias, parte-se para a análise dos documentos em busca dos elementos que se revelam importantes para o trabalho.
A primeira medida, no entanto, é operar uma triagem em todo o material recolhido durante a elaboração da bibliografia. Nem tudo será necessariamente lido, pois nem tudo interessará devidamente ao tema a ser estudado. Os documentos que se revelarem pouco pertinentes ao tema serão deixados de lado. Para presidir a essa triagem, utilizem-se as resenhas, que permitem avaliar a utilidade do documento em questão. Na falta deles, além da opinião de especialistas, o melhor caminho é tomar contato direto com a obra, lendo seu sumário, o prefácio, a introdução, as "orelhas", assim como algumas passagens do seu texto, até o momento em que se possa ter dela uma opinião.
Uma vez definidos os documentos a serem pesquisados, procede-se à leitura combinando o critério de atualidade com o critério da generalidade para o estabelecimento da ordem de leitura. Inicia-se pelos textos mais recentes, e mais gerais, indo para os mais antigos e mais particulares. As obras recentes geralmente retomam as contribuições significativas do passado, dispensando assim a volta a um texto superados. Observar, contudo, que obras clássicas dificilmente perdem seu valor de atualidade. Já na questão da generalidade, atentar para as condições de quem está fazendo o trabalho, levando em conta o nível em que se encontra, a dificuldade do tema, a familiaridade do autor com o asssunto e com a área em que é tratado. Feitas essas ressalvas, a ordem lógica é partir das obras gerais, enciclopédias, dicionários, tratados etc., chegando as monografias especializadas e aos artigos de revistas, muito importantes devido a sua atualidade.
A essa altura dá-se início à leitura. Note-se, contudo, que já não se trata de uma leitura analítica desses documentos em vista da reconstituição do processo do raciocínio do autor. Mesmo quando a leitura integral do texto se fizer necessária, ela será feita tendo em vista o aproveitamento direto apenas daqueles elementos que sirvam para articular as ideias do novo raciocínio que se desenvolve. Os elementos a serem recolhidos visam reforçar, apoiar e justificar as ideias pessoais formuladas pelo autor do trabalho. Esses elementos retirados das várias fontes dão às várias afirmações do autor, além do material sobre o qual se trabalha, a garantia de maior objetividade fundada no testemunho e na verificação de outros pensadores.